À LÁ RODRIGO HILBERT (na visão dele!)
Ele se lembra da severidade quase profética da irmã mais velha:
– Não vá perder essa mulher!
A irmã sabia. Ele também. Era ela.
Comprou os anéis na joalheria escolhida após uma pesquisa criteriosa de mercado. Que belas peças reluzentes! Parecia que saíram do filme “O Senhor dos Anéis”. A dela tinha uma pedrinha incrustada. Foi possível ver o próprio sorriso refletido naquela superfície dourada de 0,4 centímetro de espessura.
Ele dividiu a compra em 3 vezes, uma entrada mais duas prestações. Foi o máximo que o seu poder de negociação permitiu. Tudo bem. O ajuste seria gratuito, se fosse necessário. Era bem provável que fosse, pois calculou as medidas do anel dela com base no seu dedo mindinho. Em um teste, tentou colocar vários anéis que ela já possuía e eles só couberam naquele dedo. Apesar do planejamento, essas coisas variam. Portanto, um ajuste gratuito viria a calhar.
Tudo pronto. Jantar marcado no restaurante que toca piano Jazz. Mesa reservada com a ajuda do garçom gente boa. Música combinada com a cantora (conseguiu o contato graças ao garçom gente boa; depois de quatro tentativas, o contato com a artista foi feito).
O dia havia chegado. A caixinha vermelha com os anéis estava no bolso da calça (“Esse trem está fazendo muito volume no bolso, vai ficar na cara”, pensou ele).
O suor descia em bicas. Parecia uma tampa de marmita. E não era por causa do dia de verão.
– Onde você vai me levar, amor?
– Segredo.
– Ah, mas você sabe que sou curiosa! Vai fazer isso comigo no dia do meu aniversário?
– Na hora você vai ver!
Chegando ao restaurante, o sorriso dela estava aberto. O garçom gente boa aguardava na entrada. Dali era possível ver o piano e a cantora.
– Boa noite, tenho uma reserva.
– Por aqui, senhor.
O garçom foi conduzindo o casal mais para o interior do restaurante.
– Adorei o lugar!
– Arrasei na escolha!
– Arrasou mesmo. Que mesa bonita aquela no canto. Parece reservada para algo especial.
– Sim, parece.
– Estamos indo para lá?
– Sim, estamos.
– Nossa! Olha que romance! Vinho e luz de velas!
– Vamos nos sentar.
Pedido feito com o garçom gente boa. Filé do Chef. Vinho chileno nas taças. Ele estava se desidratando por causa da quantidade de água perdida pelo suor. Já havia passado aquela cena mentalmente diversas vezes. Combinara o sinal com a cantora. Com uma desculpa de ir ao banheiro, iria passar na frente dela e se identificar. Quando voltasse, era a deixa para a cantora tocar a música favorita dela. La vie en rose.
Demorou um pouco para tomar coragem. Depois da primeira taça de vinho, ele colocou o plano em ação.
Voltou à mesa. A música começou a tocar. Aguardou dez segundos. Olhou fixamente para ela.
Ela estava entretida com uma bruschetta pomodoro. Ainda não percebera. Ela adora comer.
Até a cantora entoar o verso “Je vois la vie en rose”.
– Olha, está tocando La vie en rose.
– Sim! Muitas coisas na vida podem ser tratadas como coincidência. Mas essa não é uma delas. Como também não foi coincidência te conhecer.
– Ai meu Deus! Por que você está se levantando? Por que você está…
– Quer casar comigo?
– Aaaaaaaaaa… quero!
Houve suspiros ao redor. Não perceberam.
Já passava da meia noite quando ela entrou no quarto dos pais. Acendeu a luz. Os pais, sonolentos, levaram um susto.
– Vou me casar! – ela mostrava a mão com a palma virada para si e os dedos abertos.
– Oh, que bom! – respondeu o pai.
E voltou a dormir.
Já ouvi de vocês essa história algumas vezes e não me canso de ouvir! Achei um gesto muito nobre de sua parte meu cunhado e desde que se juntou a família, o considero como maninho. Você também já deve ter ouvido muitas vezes que no primeiro dia que a Tata me falou de você eu senti que você é uma boa pessoa, isto sem nem conhecê-lo pessoalmente e que vocês formam uma bela parceria. Que bom, não me enganei! Inclusive em meu futuro e quem sabe próximo relacionamento tomarei vocês como exemplo 😊.
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Nossa Senhora, aí eu emociono!! 😀 Gratidão a você, Daniel, que também considero um irmão!
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