O velho abastecia a embarcação acanhada, porém resistente. Carregava o pito na boca e estava envolto em uma aura alcoólica que se dissipava aos poucos com a maresia. O jovem se aproximou e com empáfia se ofereceu para a jornada, vangloriando-se de sua força e astúcia. O experiente marujo, em silêncio, mirou-o nos olhos por um tempo e arrematou logo em seguida entre baforadas:
“Eu até te aceitaria, mas você precisa se aceitar primeiro.”
“Aceitar o quê?”, questionou o infante.
“Suas limitações. Você não é perfeito, tampouco este mundo o é.”
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Publicado por Luís Fernando
Desde criança tive gosto por escrever e desenhar. Quando descobri Luís Fernando Veríssimo na minha adolescência, carinhosamente chamado por mim de Xará Veríssimo (mas isso ele não sabe, ou talvez já saiba!), formou-se o tripé atômico Leitura-Escrita-Desenho. Nas andanças da vida, meu caminho se desviou um pouco dessa área, graduei-me em Farmácia. Com muita ajuda de terapia e autoconhecimento, (re)descobri ser essa a minha paixão e meu chamado. Atacar de escritor, pelo menos por aqui.
Na hora de escrever, eu misturo as minhas observações de mundo com os estudos sobre filosofia, livros que li dos diversos autores que me inspiram, animes e filmes que assisti, bato tudo no liquidificador e compartilho. É bem legal!
A minha intenção é que o produto do meu trabalho possa tocar a alma de outra pessoa, assim como toca a minha. Espero que você se divirta ao ler as minhas histórias como eu me diverti ao escrevê-las.
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