O Barbeiro de Plantas #55
(Houve estalo na ideia nesse intervalo convencionado de tempo?)
Lista (rasurada) na mão:
Lá vem o ano novo vestido de velho.
Revolucione, cultive amor neste recorte no tempo que é sua vida.
ArRisco poesias, contos e crônicas. Luís Fernando Gurgel sou eu.
(Houve estalo na ideia nesse intervalo convencionado de tempo?)
Lista (rasurada) na mão:
Lá vem o ano novo vestido de velho.
Revolucione, cultive amor neste recorte no tempo que é sua vida.
A ideia quebrou a esquina do pensamento
De repente, sem alarido.
Seria sal o açúcar invertido?
Doce poeminha.
Versinhos em salmoura.
A poesia da vida está na liberdade de um
Belo
F*da-se.
(des)conto de fadas
A Sininho enlouqueceu!
Saldão de Pó Mágico!
Só até hoje!
(Verifique condições de entrega)
Tem mais em mim o que de fora não conto.
"Quem conta um conto aumenta um ponto",
Sou aluno dedicado, boletim azul.
Nenhum dos eus tem ideia do que somos.
Manoel costuma apassarinhar meus versos.
Reproduzir novidades
Não é fazer o novo.
O novo nem se faz
Se copia com outra lente.
Não é nada (,) de novo!
Na imensidão me perco na ínfima pedra
Uma luz atrapalhou minha treva.
Decidi despertar, indago-me
se foi uma boa escolha.
O galo não cantou, mas ouvi o pesar.
Como uma caixa oca pode guardar tanta dúvida?
Estou com dores psíquicas
Amanhã será outro dia.
Ela atravessou o tempo(ral)
Chegou do outro lado e disse:
“Vem, bocó!”
Anunciado novo dia com o mesmo sol
Agora que espontânea vontade renovou
Quer levar tudo e todos
(Até capivara!)
Pela trilha da alegre alma.
É assim a amada.
Feliz (seu) ano novo!
(não te dou flores porque não é de comer
O bolo de chocolate está na geladeira).
— Uau! O que são aquelas pedras penduradas naquela árvore? — perguntou agitada a criança, apontando para a margem da estrada.
— Hohohoho, não são pedras, minha jovem. Aquilo são casulos — respondeu a bela borboleta que a acompanhava.
— Casulos?
— A árvore que você apontou é chamada de “Árvore da Vida”. Nós, borboletas, somos seres que passamos por metamorfose. Se olhar bem, você verá que aquele lugar é a morada das lagartas. As lagartas são a primeira fase de nossa espécie. Ali, na Árvore da Vida, elas se alimentam e com o tempo, se enrolam em casulos para tomar uma decisão: deixar toda a vida que conhecia para trás e abrir as asas. Porém esta é uma decisão muito complicada, pois a metamorfose é algo muito sofrido. Muitos de nós não nos tornamos borboletas por ter muito apego à vida que levava. E, sobretudo, medo da nossa própria escuridão. Nossa gente tem uma admoestação para quem se inicia no processo: “Não há despertar sem dor, alguns farão de tudo para evitar enfrentar a própria alma. Porém ninguém ganha asas por imaginá-las nascer, mas sim quando enfrenta a própria escuridão do casulo”.
— Oh! Mas isso dá muito medo! — retrucou a pequena.
— Certamente! No seu mundo há muito medo. Vocês relutam em olhar para dentro. Meu povo crê que a metamorfose é uma batalha interna, mas obviamente a preparação é indispensável e, certamente, a tutoria que vocês chamam de amizade é a principal ferramenta para se preparar bem uma lagarta. Compartilhando experiências, uma lagarta pode se motivar a trilhar a jornada interna na treva do casulo.
— Mas, senhora borboleta, o que vem depois de sair do casulo e abrir as asas?
— O que vem depois do suspiro? Vem a sabedoria, minha querida. E talvez seja isso que vocês chamam de alma. As sabedorias de tantos casulos rompidos, de asas coloridas que voaram e de tantas asas que perderam as suas cores, acumuladas em um núcleo interno que brilha na eternidade. Este conceito é a sabedoria do meu povo. Aqui nós vivemos e professamos a nossa cultura. Somos de fato, muito ensimesmadas e nunca havia cogitado estender este pensamento para a tua gente. Fora da Colina, os forasteiros se digladiam e procuram poderes inescrupulosamente. A sua conversa comigo é prova que podemos ter esperança de integrar todas as coisas novamente.
A criança sorriu e seguiu saltitante pelo caminho que se iluminou, rumo à Colina.
A chuva
colore de verde o jardim.
Espera.